terça-feira, 11 de outubro de 2011

A História dos Gatos - Bons tempos para os gatos

 
Dinictis


A primeira associação com os humanos da qual se tem notícia ocorreu há cerca de 9.500 anos, mas a domesticação dessa espécie oriunda do continente africano é muito mais antiga. Seu mais primitivo ancestral conhecido é o Miacis, mamífero que viveu há cerca de 40 milhões de anos, no final do período Paleoceno, tinha o corpo comprido, um rabo maior do que o corpo e pernas curtas, tinha provavelmente as unhas retráteis como o gato. A evolução do gato deu origem ao Dinictis, espécie que já apresentava a maior parte das características presentes nos felinos atuais.
   


Bastet

 
O verdadeiro encontro dos Gatos com o homem começou há cerca de cinco mil anos, no antigo Egito, onde estes felinos eram adorados como divindades. A deusa egípcia Bastet, símbolo do amor materno, da ternura e da fecundidade, era retratada com corpo de mulher e cabeça de gato. Acreditava-se que a bela deusa tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Acreditavam ainda que os gatos eram representantes dos deuses, devendo ser protegidos, acarinhados e venerados. Eram considerados os guardiões da noite, dos mortos, e dos mistérios da vida e da morte. Estes guardiões do outro mundo, quando morriam, eram mumificados e seus donos raspavam as sobrancelhas em sinal de luto. Quem matava ou simplesmente feria um gato era condenado à morte. Se uma casa pegava fogo, os gatos eram os primeiros a serem salvos. Apeser de proibida a saída do gatos do Egito, acredita-se que alguns destes felinos devem ter sido levados para a Europa em embarcações comerciais fenícias, cerca de mil anos antes da Era Cristã.

Os romanos, quando invadiram o Egito, adotaram o culto à deusa Bastet, e em Roma, os gatos também passaram a ser perpetuados em estátuas, pinturas e mosaicos, pois representavam o maior símbolo de liberdade para os romanos. Neste período, o gato foi associado à diversas divindades, como Diana, deusa da fecundidade, e a sensual Vênus, muitas vezes representada como uma gata. Com a expansão do Império Romano, os gatos foram sendo introduzidos em toda a Europa, e durante muito tempo, aceitos pelo homem como animais domésticos, pela habilidade em caçar ratos. Na Grécia clássica, o gato já era associado à feminilidade e ao amor, todos atributos de Afrodite.

O gato é um dos animais mais venerado pelos budistas, pelo autodomínio e tendência à meditação. No hinduísmo, a deusa Shosti, que preside os nascimentos, é representada montada num gato. O gato também foi imporante na religião islâmica, onde diversos contos o associam ao profeta Maomé, que teria sido salvo da morte por um gato, que matou uma serpente no momento que o atacava. A relação do gato com o Islã seria uma das causas que levaria a Igreja Católica a relacionar o gato à Satanás.

Na China, estatuetas de gatos eram usadas para expulsar maus espíritos. No Japão, quando um gato morria, era enterrado no templo do seu dono, e no altar do mesmo era oferecido um gato semelhante, pintado ou esculpido, para garantir ao dono tranqüilidade e boa sorte durante sua vida. No Camboja, existe um ritual onde um gato é levado em todas as aldeias, para que não falte chuva e a colheita de arroz seja boa. Os templos pagãos dos países nórdicos eram todos decorados com imagens de gatos, e nas lendas nórdicas, Freya, deusa do amor e da cura, havia uma carruagem que era puxada por dois gatos cinzas, que representavam as qualidades da deusa: fertilidade e ferocidade. Na América, antes da invasão dos europeus, alguns parentes dos gatos, como o Jaguar e o Puma também eram venerados com associações aos deuses.

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