quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A História dos Gatos - Tempo das trevas para os gatos

O comportamento independente do gato, sua agilidade e beleza, são atributos que despertou no imaginário popular uma ligação com mistério e magia. Mesmo em culturas onde foram adorados como divindades, não escaparam à torturas e mortes, devido aos seus supostos poderes sobrenaturais. Durante séculos, foram emparedados vivos, para garantir a solidez das casas, igrejas e castelos, e enterrados no limiar destas para dar sorte. Foram enterrados debaixo das plantações, para a garantia de uma colheita abundante.

Em vários momentos da história, sobretudo na Europa durante a Idade Média, os gatos foram associados às bruxas ou considerados símbolos de má sorte e mortos. O papa Gregório IX afirmava na bula Vox in Roma que o diabólico gato preto, "cor do mal e da vergonha", havia caído das nuvens para a infelicidade dos homens. Para acabar com a resistência dos celtas ao catolicismo, a Igreja Católica pregava que os sacerdotes druidas eram bruxos. Como os druidas vivam isolados e cercados de muitos gatos, a Igreja associava os gatos às trevas, devido a seus hábitos noturnos, e dizia que tinham parte com o demônio, principalmente os de cor preta. Milhares de pessoas foram obrigadas a confessar, sob tortura, que haviam venerado o demônio em forma de gato preto, e depois, eram condenadas à morte.

Em toda a Europa, o dia de Todos os Santos passava a ser comemorado, jogando-se na fogueira, sacos cheios de gatos vivos. Em Metz, na França, todos os anos, durante 4 séculos, no culto a São Vito, seriam queimados vivos, 13 gatos presos em uma gaiola. Na coroação da rainha Elizabeth I, centenas de gatos foram aprisionados e levados em procissão, representando o demônio sob o controle da Igreja, e no final da procissão, formam todos queimados vivos.

Porém, os antigos pagaram caro a sua incompreensão pelos gatos. Sem estes caçadores felinos, o número de roedores multiplicou-se rapidamente, espalhando a peste negra por quase toda a Europa e Ásia Ocidental.
Triunfo da Morte (1562), pintor belga Pieter Bruegel

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